reveries

(dis)confort zone

Quatro anos que tenho esse anel.

Anel de formatura.

Quatro anos que me formei Tecnóloga em Design de Moda, pelo Senac em Porto Alegre. Me formei aos 27 anos. Trabalhando, separada e com dois filhos pequenos. Me formei depois de começar duas faculdades diferentes, e largar e depois voltar e depois jubilar e depois querer voltar de novo. Mas a vida ficava entrando no caminho, aquela velha história.

Aprendi um monte de coisas boas, como história da arte, da moda, truques de modelagem e de fotografia, mas também algumas tristes realidades, como não-sei-costurar-mais-que-um-botão e como desenho foi uma habilidade que perdi com os anos. Aliás, na palestra inaugural que tivemos ao chegar um professor  – de outra área – perguntou para a turma quem ali sabia desenhar (afinal, faculdade de design). Poucas levantaram a mão. Depois ele questionou, porque a resposta teria sido diferente, caso tivéssemos sido questionadas no primeiro dia de aula do 1º ano do ensino fundamental. Pois é.

Porque lá naquele tempo ninguém tem medo de dizer que sabe as coisas, ou que faz as coisas. Ninguém se ferrou com as realidades da vida. Ninguém precisa pensar em ganhar dinheiro e passar em concurso público com nossas habilidades de desenho. E aí assumimos o que fazemos com total propriedade. Porque claro que sabemos desenhar. Ninguém perguntou se era bom, ou digno de galeria. Eu tenho os desenhos dos meus filhos na geladeira. E são os desenhos mais lindos que eu já vi.

E naquele diz, naquela primeira palestra, sem nem saber o nome daquelas que seriam minha melhores amigas da vida e daquelas que eu nem lembro mais o nome hoje, que eu percebi que nunca é tarde para buscar fazer o que se gosta. Para assumir que gosto de Moda, sim. Que quero trabalhar com Moda, sim. Que Moda é arte e cultura e exige qualificação e tempo e dedicação e muito, mas muito amor…

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